Entrevista – Claudemir Manoel Correa
Inaugurando nossa sessão de entrevistas, o nosso primeiro entrevistado não poderia ser melhor. Ele poderia ser chamado de nomes como ” Professor Pardal ou MacGyver “,
mas o nome de nosso entrevistado é Claudemir Manoel Correa.
Claudemir foi um garoto humilde e apaixonado por jogos , acompanhou mesmo que a distância, por não ter condições de adquirir as novidades da época, todas evoluções da maneira de jogar e interagir com jogos. Essa situação não permitiu que nosso entrevistado desistisse, muito pelo contrário, fez despertar uma curiosidade e criatividade singular no automobilismo virtual.
Começou a desmontar e customizar equipamentos, achando assim uma maneira de adquirir equipamentos melhores e aí começa a reviravolta na vida de Claudemir
Em 2010 conheceu os computadores e logo em seguida conheceu os simuladores e os periféricos como volantes com force feedback. Claudemir então descobriu o Automobilismo Virtual
Percebendo uma demanda do mercado e a falta de peças de reposição, Claudemir começa a produzir potenciômetros para substituir os que apresentavam defeitos nos pedais seja por sujeira ou pela expiração de sua vida útil.
Percebendo que encontrar peças de reposição no Brasil era quase impossível então começa a reparar, fabricar e vender essas peças atingindo assim clientes nacionais e internacionais pela qualidade de seus produtos.
Nascia assim a empresa CMC.
Revista Simuladores Brasil – Qual foi seu primeiro simulador?
Claudemir – Meu primeiro simulador foi feito por mim mesmo! Eu sempre gostei de jogos de carros e curtia muito desde criança, mas nunca tive condições de ter um volante e jogava em vídeo game com Joystick. Então consegui comprar um computador e acabei conhecendo o primeiro simulador o rFactor 1. Percebi que era impossível guiar o carro com Joystick. Então fui atrás de resolver o problema, infelizmente eu não conseguia comprar um volante por não ter condições financeiras! Não tinha como comprar. Desmontei o meu Joystick e fiz meu próprio volante a partir dele, com pedais, volante e câmbio sequencial.
Então facilito muito heheh. Porém algum tempo depois conheci o mundo do AV e fiquei fascinado! Mas também decepção veio depois quando consegui entrar pela primeira vez online pois meu volante não tinha condições de atender ao quanto era preciso. Começou minha luta pra ter um volante bom e depois de 1 ano e meio juntando dinheiro consegui comprar meu primeiro volante um G27 que tenho até hoje. Aí sim começou minha carreira de piloto.
Revista Simuladores Brasil – Tem acompanhado algum simulador mais de perto?
Claudemir – Bom, eu não tenho acompanhado profundamente os novos jogos de simuladores, pois não tenho muito conhecimento técnico para falar deles! Mas eu tenho uns jogos preferidos. Como Asetto Corsa, rf2 e automobilista. Infelizmente nunca testei o Iracing onde a fama dele é superior aos outros. Mas é muito difícil se falar de um simulador porque todos têm seus prós e contras. Mas acredito estarem no caminho certo e se a gente perguntar para cada um qual é o melhor sempre tem um com gosto diferente a respeito disso.
Revista Simuladores Brasil – Corre em algum simulador atualmente?
Claudemir – Atualmente não estou participando de nenhum campeonato, pois duas coisas no momento me impedem de voltar às pistas. Primeiro que a CMC SimRacing está tomando muito do meu tempo atual, embora a gente sempre arrume um tempo para isso né? Mas meu maior problema não é o trabalho não! É que infelizmente em 2015 sofri um acidente de trabalho, onde tive 7 fraturas no crânio e na face. Passei por várias cirurgias entre plástica e reconstrução da face e estou ainda em recuperação, pois afetou um pouco da minha visão. Para não prejudicar ninguém nos campeonatos estou afastado, e corro apenas em offline . Pretendo sim voltar porque por mais que eu não seja um bom piloto, estar na comunidade do AV com meus amigos me faz muito bem.
Revista Simuladores Brasil – Claudemir quais desafios de ser um empreendedor do Automobilismo virtual no Brasil?
Claudemir – Eu acredito que o maior desafio em ser um empreendedor do AV no Brasil é não ser acreditado! Tipo assim, infelizmente começa na criação de algo, geralmente você tem um ideal de melhorar ou até mesmo criar algo, mas você se depara com inúmeras dificuldades e barreiras em que te impedem de prosseguir e muitos acabam desistindo. Começando na estrutura você tem o conhecimento mas precisa de ferramentas específicas pra certos trabalhos então você tenta terceirizar, mas não é visto com bons olhos e sempre deixam suas peças por último ou nem mesmo te dão atenção! e quando dão colocam preços absurdos ou querem que se faça em grandes quantidades. Para quem está tentando criar algo não se pode fazer estoques de peças sem nem mesmo saber se irá funcionar de início pois pode haver erros e então as peças ficam perdidas. Outro caso é que infelizmente, não a maioria, olham os produtos nacionais com desprezo e valorizam muito o produto de fora, e nem sempre o produto é tão bom assim. Mas como já tem um bom nome, uma marca registrada mundialmente se torna mais “confiável” comprá-los. Eu conheço muitos empreendedores aqui no Brasil e muitos deles que não vou citar para não esquecer de ninguém. Tem ótimos produtos com ótimos acabamentos e que atendem perfeitamente seu propósito. Mas infelizmente ainda as pessoas têm receio em comprá-los por não ter uma grande marca. Eu mesmo já recebi várias críticas, umas construtivas e outras não! E para alguns nossos trabalhos são vistos com gambiarras! O que as vezes faz com que desistamos de ser um empreendedor.
Revista Simuladores Brasil – qual o motivo de realizar uma rifa?
Claudemir – O motivo que me levou a fazer uma rifa foi a questão de falta de estrutura. Como havia falado a CMC SimRacing foi criada por incentivos de amigos. Por pensar no AV em si, não como uma forma de enriquecer, mas sim fazer produtos equipamentos com preços mais justos para que todos possam se divertir e ser acessível no bolso, apesar de não podermos sair muito da realidade do custo de um produto. Meus produtos são 80% artesanais e muitos dos equipamentos não consigo consertar por falta de ferramentas adequadas. Para eu poder comprar os equipamentos mais essenciais eu levaria anos para conseguir sozinho. Então alguns amigos queriam arrecadar valores como doação para que eu pudesse ir comprando mais rápido. Mas eu achei melhor por um produto para uma rifa e devolver 50% de cada bilhete em forma de desconto em serviços com a CMC SimRacing. Assim um ajuda o outro e podemos fazer mais pelo AV Nacional.
Revista Simuladores Brasil – Quais seus planos para o futuro?
Claudemir – Meus planos para futuro eu deixo nas mãos de Deus . Porque sonho nós temos, o difícil é realizarmos, mas nunca desistir né? Eu tenho vários projetos, mas sem estrutura ainda não é possível. Tenho em andamento um volante com force Feed Back como direct driver que já está quase pronto para iniciar os testes, entre outros.
Revista Simuladores Brasil – Qual a importância da união no Av nacional?
Claudemir – Bom, a união do AV Nacional está crescendo muito! E isso é importante demais. Eu sempre falo para meus amigos deixarem as brigas lá na pista. Aqui fora temos que ser unidos pra que possamos manter as ligas e equipes vivas.
Revista Simuladores Brasil – Qual seria uma mensagem para um jovem com a mesma origem humilde que a sua e que tem o sonho de entrar no mundo do AV?
Claudemir – Eu sempre digo a todos que nada vem de graça. Seja você mesmo lute por seus sonhos. Nunca desista. Fácil não é e nunca vai ser. Seja amigo e parceiro dentro e fora das pistas. Não é porque você está sentado atrás de um volante sem correr risco de vida na pista que você deve andar como louco, pois muitas pessoas passam horas e dias treinando para um evento. E se você quiser ser um criador empreendedor em qualquer área, faça com muito amor, carinho e trate todos com muito respeito, mesmo que não receba da mesma forma. Assim, tudo irá dar certo em sua vida. Eu digo que sou muito abençoado por ter tantas pessoas acreditando em mim, só tenho que agradecer.
Revista Simuladores Brasil – Obrigado Claudemir pela entrevista!!!.
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A Rifa custa R$ 50,00 e serão vendidos 200 bilhetes e o sorteio está previsto para ocorrer no dia 24 de dezembro.
Imperdível essa oportunidade!!! A Revista Simuladores Brasil acredita na união do A.V. nacional !!!
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